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DEVOÇÃO AO MENINO JESUS

A imagem referenciada do Menino Jesus está associada a formação de um conjunto escultórico, composto por São José e o filho. Com esta imagem se completa toda uma genealogia da Sagrada Família, cujo personagem central é Jesus, o Filho de Deus, o verbo que se fez humano para a redenção e salvação da humanidade. Ele incorpora a representação do amor de Deus para com os homens, ao permitir que seu único filho viesse, através da concepção da Virgem Maria e da obediência de José, divulgar a sua palavra, se faz homem para, como tal, propagar seus ensinamentos e cumprir suas promessas. O culto ao Menino Deus, a veneração a imagem de Jesus ainda na infância faz parte da tradição religiosa brasileira católica, pois ele representa a construção de uma família divinal, que toda a sociedade cristã procurará imitar, se espelhando nela, procurando sempre imitá-la em sua permanência e perfeição. O Seridó também registrou essa devoção ao Menino Jesus, através de algumas invocações de Maria e de São José, estando sempre presentes nos altares das capelas e matrizes que se expandem pela região, bem como nos altares domésticos, nos oratórios particulares, nas cidades, vilas e fazendas.

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Título: Menino Jesus

Autor: Desconhecido

Dimensões: s/d

Registro: 92.1.02

Imagem de Jesus de Nazaré ainda bebê. Jesus Cristo é a figura central da religião mais difundida no mundo, a qual, justamente, tem dele seu nome originado: o cristianismo. A palavra cristo não surgiu com Jesus e nem era sobrenome familiar, mas já constava no latim como Christu, por sua vez derivado do grego Khristós, cujo significado é ungido, ou O Ungido, em referência a um enviado de Deus anunciado na tradição judaica, mas não só (Zoroastrismo). É, no entanto, como sinônimo de Jesus que provém a terminologia cristão tal como usada hoje. 
Aqui pretendemos inicialmente refletir sobre a figura histórica de Jesus, na tentativa de aproximá-lo de seu tempo, de sua pregação e pensamento dentro do que se convencionou chamar posteriormente de cristianismo primitivo. Isso porque a institucionalização do cristianismo não se deu de modo automático e nem sem adequações a cada tempo e país. Como pretendemos tratar biograficamente de Jesus, necessitamos considerar essa diferenciação, mesmo sabendo que ela não é nem pode ser total, pois só a partir do Jesus como símbolo mundial do cristianismo é que nos aproximaremos do Jesus pregador ambulante da Palestina de dois milênios atrás. 

A Palestina na época do nascimento de Jesus era dominada militar e politicamente pelo Império Romano, e seu imperador, à época César, nomeava governadores para regiões mais afastadas de Roma, como a Palestina, que no caso era Pôncio Pilatos. A região está localizada no Oriente Médio, entre a costa oriental do Mediterrâneo, limitada pelas atuais fronteiras ocidentais do Iraque e Arábia Saudita, com partes da Jordânia, Israel, Cisjordânia e sul do Líbano e a totalidade da Faixa de Gaza. 
O centro do poder político-religioso da região estava em Jerusalém, um conselho denominado Sinédrio, cuja autoridade voltava-se aos judeus. Era formado por 71 membros entre ricos latifundiários, sacerdotes saduceus e sacerdotes fariseus. Destes apenas os fariseus contestavam a dominação romana, não sendo suficiente para impedir o domínio romano no próprio conselho. 
Na região havia grande predomínio do judaísmo, subdividido em várias seitas ou grupos. Um deste foi constituído por Jesus de Nazaré, em referência a cidade Nazaré, onde Jesus cresceu, sendo a que nascera Belém. Os cristãos eram, portanto, judeus. Jesus se consolidou como um líder desses judeus dominados na Palestina e a eles direcionava suas pregações: a vinda do Reino de Deus. O reino anunciado seria o fim da dominação romana na Palestina, quando haveria uma harmonia na terra tal qual no céu (de onde podemos extrair os termos do Pai-nosso “Assim na terra como no céu”). Jesus seria o líder enviado por Deus para comandar esse reino pós-Roma, como indicado na famosa inscrição em sua cruz. A pregação cristã, notadamente a partir dos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), não pretendia alterar a Lei (Primeiro Testamento), mas consolidá-la através da vinda de Jesus.
A crucificação alterou profundamente o cristianismo, mesmo que não de imediato. Sobretudo a partir de Paulo, o Reino de Deus passou ser a em outro plano, o divino; o cristianismo se dissociou mais do judaísmo; Jesus passou a ser um Messias sobrenatural, imagem consolidada a partir principalmente dos livros do Apocalipse. 
Nesse ponto o Império Romano absorve o cristianismo, fator primordial para que a Europa medieval fosse cristã tempos depois. Com as grandes navegações no século XVI a religião chega em outros continentes, como o americano, e vários países, como o Brasil. Está assim feito assim longo caminho das pregações do palestino Jesus até o Seridó potiguar. 

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